
Comparativo com perfil especializado no Insta (@charliemotoca) acende debate sobre política de preços da Honda
Um comparativo divulgado pelo perfil @charliemotoca no Instagram expõe uma curiosa disparidade: a Royal Enfield Hunter 350, com motor de 349 cc, custa menos que a Honda CG 160 Fan, modelo clássico com motor de 162 cc. O perfil reforça que o modelo indiano, revisado com freio ABS, painel digital e torque de 2,75 kgfm (contra 1,6 kgfm da CG), tem preço a partir de R$ 19.990 — enquanto a Honda sai por R$ 21.790.
Além da diferença significativa no motor, a Hunter oferece mais potência (20,2 cv ante 14,7 cv) e benefícios que muitos consideram “moto de verdade”. Já a Honda CG se mantém líder de vendas, mas com especificações técnicas menores e um preço mais alto, mesmo sendo uma moto de entrada.
Para piorar para a Honda, a Royal Enfield supera o modelo nacional da mesma fabricante, a Twister 300, que ultrapassa os R$ 30 mil em diversas concessionárias. O perfil @charliemotoca questiona: vale pagar R$ 10 mil a mais por uma Twister com especificações que muitos consideram inferiores em relação à Hunter?
Especialistas citados pelo perfil alertam que o preço da Honda pode refletir não apenas custos de produção, mas também o poder de mercado — a marca chega a deter cerca de 90% da fatia nacional. Já concorrentes como Yamaha estariam adotando uma postura mais competitiva em preços.
Questões comuns, como disponibilidade de peças e facilidade de revenda, também são contestadas pelo @charliemotoca, que ressalta a expansão da assistência técnica da Royal Enfield no Brasil e a viabilidade de adquirir peças pela internet — inclusive com opções de importação.
Sob um olhar mais crítico, o comparativo do perfil levanta uma provocativa pergunta ao consumidor: ainda vale pagar mais por marcas tradicionais quando uma alternativa — com motor maior e itens superiores — custa menos? A queda de braço entre sentimento de confiança e preço menos vantajoso pode ser um indício de mudança no mercado de motocicletas no Brasil.